A natureza prospera graças a um engenhoso equilíbrio entre o reino animal e o mundo vegetal. Cada ser tem seu lugar e essa lógica, seja percebida como competição ou complementar, dá origem a uma abundância que é preciso testemunhar para compreender plenamente.
Na Fazenda cultivamos principalmente vegetais, mas convivemos com os animais. Ao redor da casa, alguns gansos fazem o papel de vigias e anunciam os visitantes, enquanto os pavões exibem suas penas suntuosas. Cães e gatos homenageiam cada convidado com sua presença discreta e benevolente. As galinhas estão tão à vontade que parecem ser os verdadeiros habitantes do lugar. Um bando de galinhas-d’angola curiosas às vezes corre pelo corredor. Algumas ovelhas no pomar ao lado da casa abençoam a todos com sua energia pacífica.
Estamos imersos em redescobrir o que realmente precisamos para viver. Comida, é claro, e a experiência primária de obtê-la na natureza e estar em constante contato com os animais. Esse processo desencadeia um deleite natural principalmente nos jovens – porque essa consciência da fonte é um retorno ao nosso estado de infância: ordenhar uma vaca, arrancar cenouras do solo, encontrar ovos escondidos nos arbustos. Essas ações simples inspiram emoções essenciais que nos conectam com nossos ancestrais e nossa condição como seres humanos na Terra. Pegar um peixe, grelhar, comer. Colhendo frutas da árvore.
Aprender a se alimentar é lembrar que somos autossuficientes. Isso é verdade no nível comunitário, mas também é uma percepção poderosa no nível pessoal. Pés e mãos na terra, percebemos que não tiramos da Natureza, mas que ela nos dá.